O que está em jogo
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar, a partir de 3 de outubro, os embargos de declaração apresentados pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O caso envolve a acusação de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, após Moro insinuar que o magistrado “vende habeas corpus”.
A denúncia partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o ex-juiz da Lava Jato de ter atribuído falsamente ao ministro o crime de corrupção passiva.
Quem conduz o julgamento
A relatoria é da ministra Cármen Lúcia, que marcou o início da análise em sessão virtual.
Atualmente, a 1ª Turma é presidida pelo ministro Cristiano Zanin — ex-advogado do presidente Lula em processos da Lava Jato. Mas, dois dias antes do julgamento, a presidência será transferida para o ministro Flávio Dino, também ligado ao governo Lula e crítico de Moro em diferentes ocasiões.
Contexto político e jurídico
O julgamento reacende a rivalidade entre atores centrais da Lava Jato e figuras do STF.
- Moro, que construiu carreira como juiz símbolo da operação, hoje responde como senador e réu.
- Gilmar Mendes, crítico histórico da Lava Jato, figura agora como vítima da acusação.
- Zanin e Dino, ex-aliados políticos de Lula, assumem papéis de destaque na condução do caso.
Esse embate promete ganhar repercussão nacional e alimentar tanto o debate político quanto o jurídico.
Por que importa?
- A decisão pode impactar diretamente a imagem política de Moro em um momento em que ele tenta consolidar espaço no Senado.
- O caso expõe novamente a tensão entre o STF e o legado da Lava Jato, mantendo viva uma polarização que ainda rende cliques, debates e engajamento.
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